ō #02 | cartões postais
um jogo sobre empreendedorismo.
1.
estamos começando a jogar um jogo aqui.
Nas próximas semanas, você receberá pequenas anedotas empreendedoras através desta newsletter. Todas elas contam histórias de ideias de negócios que, por algum motivo, não vingaram.
Ao final, você encontrará o nosso querido quiz. Lá, sempre haverá algumas perguntas sobre os motivos da ideia não ter sido bem sucedida. Não são perguntas triviais. Portanto, responda-as para exercitar a sua visão de negócios e permitir que a gente vá se conhecendo aos poucos.
As três pessoas que mais pontuarem ao longo desta jornada, ganharão sessões ao vivo conosco para desenvolver suas próprias ideias de negócio. Mais adiante eu explico como vai funcionar isso. Clique aqui para responder ao quiz da primeira edição.
Vamos juntos?
2.
cartões postais 📬
Em 2010 eu fui para os Estados Unidos fazer um work experience — um daqueles programas de classe média para garotos que nunca trabalharam na vida.
Consegui um emprego de inverno numa estação de esqui. Comia o pão que o diabo amassou sob a neve e seus graus Celsius negativos diariamente para ganhar incríveis oito dólares por hora.
Um dia, durante uma breve corrida de táxi — o Uber, embora já existisse, estava longe de chegar a Pittsfield, MA —, ouvi atentamente a história do motorista falando sobre sua coleção de cartões postais, enquanto tocava um Miles Davis de fundo em seus velhos alto-falantes.
Seu nome era Carl, ele usava aquela touca ushanka (estilo russo, com as orelhas do Chaves), luvas de lã que deixam as pontas dos dedos livres e era um aficionado pelo tal objeto sem valor aparente para mim. Disse que passava horas a fio no eBay comprando e vendendo seus estimados cartões.
Ao me explicar mais sobre a operação, entendi que ele era uma espécie de trader de cartões. Alguns, compravam pelo prazer; outros, para ganhar um trocado. Afinal de contas, segundo ele, existiam loucos do mundo todo que pagavam uma nota por cartões de países exóticos, e ele fazia assim uma renda extra.
A história ficou guardada em minha cabeça. Ao voltar para o Brasil, contei à minha amiga, Samantha, que se interessou pela oportunidade — afinal de contas, o Brasil é um país exótico.
Orçamos com algumas produtoras de cartões postais um pacote mínimo. Encomendamos o primeiro lote de um fornecedor no Rio de Janeiro. Abrimos nossa conta no eBay, tiramos as fotos dos cartões e colocamos à venda, considerando alguns métodos de precificação que saíram diretamente de nossas cabeças..
Seis meses se passaram. Acredite: nunca vendemos nenhum. O investimento feito na época foi de uns R$80, valor plenamente capaz de me machucar aos 20 anos de idade, quando minha bolsa de estágio pagava não mais que R$400 no mês.
O retorno foi zero.
Fiz a conta no site do Banco Central para corrigir o valor para os dias atuais. Os R$80,00 que perdi na época equivalem a R$163,31 hoje. Ainda é pouco dinheiro. Eu que era pobre mesmo rs.
Anos depois eu ainda encontrei uma pasta em casa com alguns cartões dessa empreitada. Tirei uma foto e mandei para a Samantha. Demos boas risadas.
Fim da história.
gostou?
Compartilhe com um(a) amigo(a) empreendedor(a) e desafie-o(a) a tirar um score maior que o seu no Quiz.
3.
para ouvir enquanto responde ao quiz…
Aqui vai uma canção que leva ‘cartões postais’ no título, lançada em 2006, pela orquestra americana Beirut, que tem uma pegada meio leste europeu com suas tumbas e acordeões. É o tempo certo para adicionar um som novo ao seu repertório enquanto desfila seus conhecimentos empreendedores!
chegou a hora!
Para mostrar que você é um empreendedor experiente, aqui vai o QUIZ onde você deverá dizer o que deveria ter sido feito nesta nobre ocasião.
por fim…
Se está se perguntando o que estamos fazendo, de onde viemos e onde isso tudo vai chegar, fique por aqui. No dia 07/11 suas dúvidas serão esclarecidas.
Um abraço,
Victor Sanacato