1.
Você trabalha cinquenta ou sessenta horas por semana.
Já não há mais tempo disponível à venda. Seu faturamento não aumenta na proporção do seu cansaço. Se é um CLT, a tal da promoção nunca vem no tempo prometido. Não importa se já tenha passado dos 30 ou 40 de idade, ainda vem aquela sombra nos domingos em família e comenta que você deveria ter estudado medicina ou feito um concurso público — como se os médicos e os concursados vivessem vidas plenas.
Mas são pouquíssimos aqueles que nos perguntam o que realmente queremos. Qual foi a última vez que alguém te perguntou:
— o que te faz feliz?
Essa pergunta guarda em si o segredo mais valioso de sua existência. Afinal de contas, se não for para se dedicar ao que te deixa feliz, qual é o propósito de tanto trabalho duro?
2.
Vivemos uma época curiosa enquanto espécie.
Tanto acesso à informação, tantas oportunidades de se conectar com gente do mundo inteiro; tanta ignorância, tanta solidão. Algo se perdeu pelo caminho. E ver tanta gente sofrendo com isso — nós inclusos — nos fez parar para pensar.
Dando um zoom out, vimos que ao longo da história privilegiamos o desenvolvimento da espécie em detrimento à felicidade. De alguma forma, acreditávamos que com um crescimento acentuado da economia seríamos capazes de ter todos os elementos necessários para sermos felizes. Bom, não foi bem isso que aconteceu.
Já está claro que trabalhar muito a vida inteira para ser extremamente rico não é um sinônimo de felicidade. Ao mesmo tempo, o conceito de vender sua arte na praia não transmite um futuro muito promissor.
3.
“Vender sua arte na praia”…
Por que atribuímos este ideal a felicidade no senso comum? Artistas, frequentemente são vistos como os seres felizes e privilegiados que não precisam trabalhar e, por isso, aproveitam a vida. Será?
Se verificarmos atentamente a história, veremos que talvez não seja bem assim. Começando pelo maior de todos: Leonardo da Vinci.
Apesar de ter vindo de uma família abastada no interior da Itália, passou a vida oferecendo sua mão de obra às grandes lideranças da época em troca de dinheiro. Trabalhou como engenheiro militar. Usou sua genialidade para criar dispositivos que tinham como propósito fundamental matar outros seres humanos.
Sim, o mesmo cidadão que pintou “A Última Ceia” e a “Mona Lisa”. Sim, em busca de dinheiro! Viveu essa saga até o fim de sua vida, já no século XVI, quando foi convidado a se mudar para a França. Lá, teve dinheiro disponível para fazer o que bem entendia e aflorar o auge de sua criatividade artística.
Já pensou em tudo que ele poderia ter feito em prol da humanidade caso seus financiadores não estivessem preocupados com a guerra ao longo da vida?
4.
Falando em pensar e nesta mesma França..
Viveu no século XIX o senhor Auguste Rodin, responsável por criar a famosa estátua “O Pensador”. Na verdade, é preciso se referir a esta estátua no plural — há várias delas esparramadas pelo mundo. Todas originais, assinadas por Rodin.
Rodin entendeu que sua arte era também o seu business e, ao invés de criar várias estátuas diferentes, usou sua engenhosidade para criar um molde capaz de reproduzir “O Pensador”. Vendeu as cópias a diversos museus pelo mundo e viveu uma vida próspera. Não precisou esperar que algum Rei finalmente lhe desse ‘permissão’ para fazer o que bem entendia. Criou seu próprio mundo financeiro para exercer sua criatividade.
5.
Enquanto Rodin ganhava dinheiro vendendo sua arte
A França imperialista colonizava o Haiti. De lá saiu, no século XX, um ex-ministro do interior que se mudou para os Estados Unidos da América e tornou-se um empreendedor. Seu primogênito, chamado Jean-Michel Basquiat, viveu todas as intempéries raciais de uma família negra do Brooklin nos anos 1970, apesar de sua boa condição econômica obtida através do empreendimento do pai.
A arte foi a ferramenta eleita para se expressar e ganhar dinheiro. Foi o primeiro negro a figurar nas galerias dos ricos brancos de todo o mundo. Usou de sua influência para quebrar paradigmas seculares, que datavam da época de Leonardo da Vinci. Trabalhou muito! Em sua breve vida, interrompida pela heroína aos 27 anos, produziu mais de 2.000 peças de arte, que já chegaram a ser leiloadas por mais de 100 milhões de dólares. Cem milhões!
6.
Se isso parece muita grana para uma peça de arte
Vamos trazer uma referência de negócios para essa conversa. A Apple é a maior empresa do mundo atual e seu valor de mercado supera os dois trilhões de dólares. Trilhões!
Seu fundador, Steve Jobs, consegue ser reconhecido como artista e coqueluche dos mercados ao mesmo tempo. Trouxe um design elegante a todos os seus produtos e criou uma legião de fãs que verdadeiramente acreditam “pensar diferente” ao usarem seus dispositivos tecnológicos. Eu sou um deles. Você, provavelmente, também.
7.
Parece que essa história de unir arte e negócios é promissora.
Mas peraí, sobre o que é que estamos falando aqui mesmo?
Ah, sim, sobre felicidade no trabalho!
Se o dilema entre ganhar dinheiro ou ser feliz com a arte na praia parece uma equação sem solução, os exemplos descritos mostram como essa união é próspera desde o século XVI.
Não queremos reinventar a roda. Nós queremos apenas usar essa mistura para combater a infelicidade de tanta gente no trabalho e criar algo de valor!
Sim, é possível ser feliz trabalhando e ganhar dinheiro ao mesmo tempo. Este deveria ser o objetivo de todos nós, inclusive. O problema é que aqueles que pagam bem — o mundo corporativo, o mercado financeiro e afins — são também, em boa parte das vezes, uns sugadores de almas.
Do outro lado, empreendedores vivem vidas solitárias enquanto enfrentam um sistema perverso. Steve Blank, mega investidor do Vale do Silício e professor de Stanford, afirma que a carreira mais próxima do empreendedorismo é exatamente a do artista: ambos precisam saber explorar na incerteza. Não tem jogo fácil.
8.
Não temos a pretensão
De conscientizar os barões da indústria sobre a importância de buscar a felicidade no trabalho ou de desburocratizar o Brasil a fim de que mais negócios floresçam.
Temos a ousada missão de resolver problemas relevantes atrelando a arte à ciência ao lado de todos aqueles que sabem que têm um potencial gigante, mas estão presos às amarras do sistema e trocando suas horas por um dinheiro no fim do mês.
Como vamos fazer isso? Bom, isso é assunto para os próximos capítulos. O importante agora é saber se você quer fazer parte disso conosco.
Para tanto, você tem duas missões:
registrar aqui o seu e-mail para que possamos seguir conversando;
responder ao quiz abaixo, mostrando qual é o grande problema que você acredita ser capaz de resolver com o seu potencial.
9.
Na semana que vem voltamos para dar notícias.
Acreditamos no longo prazo, portanto não tenha pressa por soluções milagrosas. Somos extremamente fiéis ao valor das boas ideias atreladas ao trabalho duro, é nisso que trabalharemos por aqui.
10.
Seja muito bem vindo ao movimento mais importante de sua vida.
Seu futuro [feliz] começa agora.
Um forte abraço,
Victor Sanacato
Você está preparado(a)? É bom que esteja.
Faremos um QUIZ por semana até 07/11.
As 3 pessoas que acumularem mais pontos, ganharão prêmios de fazer inveja nos amigos!
Bela reflexão, eu sempre acreditei que o trabalho tem que trazer diversão, pois só assim você consegue ser criativo… se a coisa começou a ficar sem sentido, acabou a diversão, acabou a festa…
Boa reflexão!
O que é arte?
O que é negócio?
O que é felicidade?
O que é trabalho?
Talvez as definições nos ajude aqui!